Água, justiça e saúde: avanços e retrocessos desde 1970

Outubro/2020

No início da década de 1970, a percepção de que crescimento econômico e boa saúde dependem de acesso a saneamento e água limpa levou o Banco Mundial, a Organização Mundial da Saúde e outros órgãos a dedicarem esforços para atingir bilhões de pessoas desprovidas de tais necessidades. Na década seguinte, dois projetos ambiciosos – a Década Internacional de Abastecimento de Água Potável e Saneamento e o Blue Nile Health Project – buscaram reestruturar o modelo de desenvolvimento da água com “espírito de justiça social”, segundo a OMS. Porém, na década de 1990, mudanças na economia e nas equipes de funcionários de órgãos como o Banco Mundial levaram a uma contrarrevolução, relata Christian McMillen, professor do Departamento de História da Universidade de Virgínia (EUA), no artigo A água e o fim da ambição na saúde global, c.1970-1990, publicado em HCS-Manguinhos (v. 27, supl. 1, set. 2020).

McMillen conta que, na África urbana, os benefícios do acesso à água potável durante a Década da Água – um aumento de 29% para 49% no número de instalações domésticas diretas – foram maiores do que os registrados nos 25 anos entre 1990 e 2015, quando o acesso à água potável caiu de 43% para 33%, apesar de o acesso à água limpa e potável ser um dos pilares dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

“A Década da Água marcou o início do esforço global de fornecimento de água limpa e potável e saneamento adequado universal. O Blue Nile Health Project demonstrou que é possível alcançar resultados extraordinários quando há financiamento apropriado, bons recursos humanos, cooperação interdisciplinar e adesão da comunidade”, afirma o autor.

Leia em HCS-Manguinhos:

A água e o fim da ambição na saúde global, c.1970-1990, artigo de Christian McMillen (v. 27, supl. 1, set. 2020)

Leia a Carta dos Editores (v. 27, supl.1, 2020)

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