Julho/2013

- No início dos anos 80, os processos de governo democráticos foram restabelecidos por toda a América Latina, e novas Constituições foram escritas e instituídas, contra um pano de fundo de memórias públicas de experiências políticas de repressão e de injustiça, muitas delas construídas durante anos de regime autoritário. Hoje, passou já tempo suficiente para que os acadêmicos avaliem as consequências a longo prazo da memória coletiva e do desenvolvimento institucional e para que reflitam sobre uma série de grandes questões:
- Esse passado, formado por memórias coletivas que são elas mesmas construídas de narrativas, experiências partilhadas e interpretações da vida cotidiana, bem como de violência, repressão e resistência, afetará a forma como as novas instituições são discutidas, concebidas e desenvolvidas?
- A experiência coletiva da violência e da opressão contribuirá significativamente para o emprenho coletivo nas «novas regras do jogo» que se espera que resultem numa participação política generalizada, numa resolução pacífica dos conflitos e na geração de consensos acerca das linhas gerais das políticas públicas?
- Quais são as tensões persistentes e os conflitos que resultam das memórias coletivas dos passados políticos?
- Como as visões antagônicas do passado deram forma ao reconhecimento público dos eventos históricos através da arte, dos museus, dos espaços públicos e dos currículos escolares?
- Como sobrevivem as memórias coletivas e como são transmitidas entre gerações?
- Qual é a obrigação das gerações atuais e futuras de honrar as lutas do passado e de se envolverem em conflitos e discussões sobre diferentes interpretações do passado?