Janeiro/2019
É possível ser melhor do que o que somos: a compreensão do passado ajuda a ter uma visão de longo prazo de conquistas, problemas e possibilidades de progresso. Na Carta dos Editores da última edição do ano de 2018 da revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos (v. 25, n.4, out./dez. 2018), os editores científicos Marcos Cueto e André Felipe Cândido da Silva destacam a importância dos historiadores, neste momento político crítico, para afirmar a legitimidade de valores essenciais, como a relevância da ciência, da saúde pública e de programas sociais robustos, da luta pela igualdade de gênero e por um estado laico e forte, da eliminação de todas as formas da discriminação e da importância de se aderir a objetivos multilaterais progressivos como os enunciados pela ONU.
Os editores lembram que em outubro de 2018 foi realizada pela ONU a Conferência Astana, no Cazaquistão, quando foi aprovada a Declaração sobre Atenção Primária à Saúde: de Alma-Ata para a Cobertura Universal de Saúde e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que tem entre seus principais méritos a persistência do que foi estabelecido na histórica Declaração de Alma-Ata, em 1978, de que a saúde pública é um direito de todas as pessoas no mundo.
A Carta dos Editores também discute o trabalho da revista HCS-Manguinhos e o futuro das edições de revistas científicas, destacando a Conferência Scielo 20 Anos, realizada em São Paulo no final de setembro, e lança questões sobre o acesso aberto.
Por fim, os editores convidam à leitura de dois dossiês que tratam de questões fundamentais da história da saúde pública e da saúde: medicalização do parto e saúde infantil e mortalidade. Ambos oferecem perspectivas novas e complementares aos interessados no passado e no presente da saúde pública.
Leia em HCS-Manguinhos:
A promessa da história: Astana, São Paulo e os desafios do Brasil, Carta dos Editores Marcos Cueto e André Felipe Cândido da Silva (v. 25, n.4, out./dez. 2018)