Setembro/2013
Laura Antunes | O Globo Tão longe e tão perto. Uma população carioca com os nervos à flor da pele — protestos de rua refletiam a insatisfação com as políticas públicas (soa familiar?) — foi surpreendida com um decreto, em 13 de junho de 1906, do prefeito Pereira Passos, anunciando a realização de um censo demográfico. Os moradores da capital estavam obrigados a prestar todas as informações, sob pena de multas pesadas. Com a cidade tomada por obras grandiosas (o que provocara uma avalanche de desapropriações) e ainda com a Revolta da Vacina na memória, os habitantes ficaram desconfiadíssimos sobre como as informações pessoais seriam usadas no futuro. Houve quem apostasse em aumento de tributação, convocação para o serviço militar, contestações sobre títulos de propriedade… Mas, alheio às desconfianças, o Censo de 1906 foi concluído na metrópole de 811.443 habitantes. Polêmico na época, é tido hoje como um trabalho inovador e uma obra rara e histórica sobre o Rio. Afinal, ele foi o primeiro realizado exclusivamente para a cidade, que até então, participara apenas de censos nacionais. E revelou dados, por exemplo, pouco dignos de uma capital federal: 37% dos habitantes acima de 15 anos eram analfabetos… Bem diferente de hoje, em que o analfabetismo não chega a 3%. A população era jovem (média de 40 anos) e, em sua maioria, masculina (57%). Hoje, as mulheres já somam 53%. Ah, sim, estamos mais velhos: média de idade de 73 anos. Leia a matéria completa aqui Fonte: O Globo