Mulheres no poder: história da sociedade andina Moche

Agosto/2013

Sofia Moutinho | Ciência Hoje

Estudos da Dama de Cao sugerem que existiram entre os moches mulheres com posição de destaque político e religioso. Arqueólogos acreditam que a jovem mumificada era uma sacerdotisa poderosa que sacrificava homens. (foto: Museu de Cao)

Quando pensamos em sociedades antigas, é comum imaginarmos o homem no papel de governante e líder espiritual. Mas nem toda civilização foi assim. Um exemplo peculiar é o povo Moche, que habitou o norte da costa do Peru de 100 A.C. a 550 A.D. De acordo com a arqueóloga Sonia Guillén, que participou semana passada do 8º Congresso Mundial de Estudos em Múmias, no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, parte dos povoados dessa cultura era governada por mulheres que assumiam tarefas comumente desempenhadas por homens, como o sacrifício ritual.

A constatação foi feita a partir da descoberta da múmia de uma jovem em torno dos 25 anos enterrada com honraria no complexo arqueológico de El Brujo, na cidade Magdalena de Cao. Conhecida como a Dama de Cao, ela foi encontrada em 2006 em uma tumba no pátio de um templo em ruínas. No sepultamento, foram recuperados diversos vasos de cerâmica contendo resquícios de comida, joias de ouro, pedras preciosas e objetos nunca vistos antes no enterro de uma mulher andina, como punhais, lanças e ferramentas usadas em sacrifícios humanos.

“Esses objetos mostram o quão importante era essa jovem e que ela ocupava um lugar de poder político e bélico”, diz Guillén, que não participou das escavações, mas hoje trabalha com o arqueólogo responsável pela descoberta, Régulo Franco Jordán.

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Fonte: Ciência Hoje