Agosto/2013
Em 15 de agosto, às 18h30, na Livraria Martins Fontes da Avenida Paulista, ocorrerá o lançamento da obra As doenças e os medos sociais, de Yara Nogueira Monteiro e Maria Luiza Tucci Carneiro, pela editora Fap-Unifesp. O livro é o resultado da parceria do Núcleo de Memória e História da Saúde, do Instituto de Saúde SES/SP com o LEER –Laboratório de Estudos de Etnicidade, Racismo e Discriminação do Departamento de História da Universidade de São Paulo.
Os ensaios aqui reunidos inserem-se em um campo de conhecimento ainda pouco explorado: o da história das doenças, dos medos, da discriminação e de sua repercussão no meio social. A maioria dos textos permite alinhavar ideias que nos instigam a repensar o papel da ciência, do médico, da morte e da vida, em diferentes contextos e momentos históricos. Assim, a nossa proposta é multidisciplinar, ainda que a doença “pertença à história”: ela está ligada à história dos saberes, à história da ciência, da técnica, das instituições e das mentalidades. É díficil pensarmos as doenças ou os doentes sem fazermos uma relação direta com os excluídos, os párias sociais. Como muito bem escreveu Susan Sontag em seu clássico A Doença como Metáfora: “A doença é o lado sombrio da vida, uma cidadania bem pesada. Ao nascer, todos nós adquirimos uma dupla cidadania: a do reino da saúde e a do reino da doença”. Foram esses dois reinos e suas fronteiras que procuramos depurar. Saímos em busca de diagnósticos para um futuro melhor, ainda que seja díficil nos livrarmos de certos fantasmas, cujas imagns são sempre renovadas por novos mitos reciclados em nome da modernidade. Até hoje não descobrimos a vacina contra o preconceito, da mesma forma como não conseguimos despir a morte de significados. É o homem, como um ser mortal, sempre teve dificuldades em lidar com as doenças e as epidemias. Sempre tivemos medo da doença, pois optamos por viver no reino da saúde, cujas fronteiras são frágeis, cinrcundadas por armadilhas escancaradas. Importante lembrar que, em tempos de crise, os fatos contribuem para justificar a discriminação e favorecer o preconceito, peste que subsiste. A persistência dos estimas contra os doentes, ou rotulados como tais, tem demonstrado que, muitas vezes, o mito e a realidade entrecruzam-se e sobrepõem-se. É sobre esse prisma que procuramos reavaliar as doenças e os medos sociais, com o objetivo de instigarmos o debate que incide sobre diferentes campos do conhecimento. Os autores abordam temáticas de forma interdisciplinar, reconstruindo diferentes visões que propiciaram a perpetuação dos medos, mesmo à revelia do avanço científico. Diferentes questões são problematizadas, tendo como pano de fundo correntes de pensamento, ideais, posturas científicas, que influenciaram a adoção de políticas públicas de saúde nos últimos 150 anos. Yara Nogueira Monteiro, mestre em história social e doutora em ciências pela Universidade de São Paulo. Atualmente é pesquisadora científica no Instituto de Saúde, em São Paulo. Maria Luiza Tucci Carneiro, professora livre-docente da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas e da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Coordenadora do Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação (LEER-USP), sua pesquisa concentra-se nos temas do racismo e do antissemitismo. “As doenças e os medos sociais”, Editora Fap-Unifesp Data: 15/08/2013 Horário: 18h30 Local: Livraria Martins Fontes – Avenida Paulista, 509 – São Paulo/SP Estacionamentos: Rua Manoel da Nóbrega, 95 e Rua Manoel da Nóbrega, 88 Fonte: Leer/USP