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Ciência aberta na Fiocruz: um “ecossistema”
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Setembro/2024
Vanessa Jorge, coordenadora do Fórum de Editores Científicos da Fiocruz. Foto de Jeferson Mendonça/Fiocruz
Do acesso aberto aberto dos nove periódicos científicos até plataformas online que promovem a ciência cidadã, a ciência aberta na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é como um “ecossistema” que reúne um “grande guarda-chuva de práticas e iniciativas”, conforme apresentou a coordenadora do Fórum de Editores Científicos da Fiocruz, Vanessa Jorge, da Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação, no evento em comemoração aos 30 anos da revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos, realizado com transmissão online em 7 e 8 de agosto de 2024.
Vanessa observou que a perspectiva de uma ciência aberta está na própria missão da Fiocruz, que é produzir, disseminar e compartilhar conhecimentos e tecnologias.
“Estamos falando de uma ciência colaborativa, compartilhada, pensando nos princípios como universalização, equidade, integralidade, diversidade e gênero”, disse, e enfatizou que também são enfocadas “questões filosóficas, que envolvem vários tipos de interesse, dos comerciais à busca pelo capital científico, para não fazer uma discussão ingênua de ciência aberta, descontextualizada”. Na área de humanidades, por exemplo, o texto dos termos de consentimento livre e esclarecido (TCLE) foi mudado, incorporando a questão dos dados de seres humanos.
Na mesa “Ciência aberta nas revistas científicas de humanidades”, ela contou que a instituição está se posicionando politicamente dentro desse contexto a partir de suas grandes áreas: na educação, com uma disciplina transversal e cursos a distância gratuitos, programas específicos para trabalhadores que estimulam a reflexão, no acesso aberto “diamante” das revistas científicas, que não cobram nem para publicar nem para ler, e mais recentemente no campo dos dados, com um repositório de dados institucionais – o ArcaDados. O primeiro grupo a querer participar do ArcaDados foi das ciências sociais e humanas – o Projeto Valoriza: Saúde em Foco – ações de educação, prevenção e promoção da saúde e qualidade de vida voltadas à comunidade carcerária, da Fiocruz Brasília.
Outro exemplo é um projeto sobre medicinas tradicionais, complementares e integrativas de um grupo de pesquisa da Fiocruz, o ObservaPics. Vanessa, que é arquivista, mostrou a árvore de dados abertos deste projeto, que já teve mais de mil downloads, o que mostra um interesse por estes dados, estruturados no software Dataverse, desenvolvido em Harvard, que tem um livro de visita que permite que o pesquisador fique sabendo qual o interesse do visitante naquele dado e pode fazer colaborações. Ela acrescentou que já existem exemplos de colaborações feitas com os dados depositados.
Assista a mesa “Ciência aberta nas revistas científicas de humanidades” a partir de 1h03m no vídeo abaixo, com mediação de Jaime Benchimol, ex-editor de HCS-Manguinhos e pesquisador da COC/Fiocruz.
Editor-científico do periódico História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Marcos Cueto explicou que o modelo comercial das grandes editoras do Norte Global cobra altos valores de assinatura a bibliotecas e leitores e glorifica indicadores controversos como o fator de impacto. Ele participou da mesa Ciência aberta nas revistas científicas de humanidades no evento de 30 anos da revista da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz.
Em apresentação no evento em comemoração aos 30 anos da revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Sônia Menezes, editora da Revista Brasileira de História e professora da Universidade Regional do Cariri, explicou que a GenAI pode gerar conteúdos de forma autônoma em texto, imagem, vídeo e áudio, além de corrigir, traduzir e até melhorar argumentos. Mas há questões éticas e cada publicação tem suas regras.
Há 30 anos, Ruth Martins, Jaime Benchimol e Paulo Gadelha participaram da criação da revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos. Eles contaram suas memórias na mesa de abertura do evento comemorativo pelas três décadas do periódico científico da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz.
“Uma pérola”. Assim o diretor da Casa de Oswaldo Cruz, Marcos José de Araújo Pinheiro, descreve o periódico da Casa. Ele conversou com o Blog de HCS-Manguinhos após a mesa de abertura do evento Ciência aberta e os periódicos de ciências humanas
“Dupla mirada no passado e no futuro é peça-chave para se posicionar nesse mundo em transformação”, afirma André Felipe Cândido da Silva, pesquisador da Casa de Oswaldo Cruz e ex-editor-científico de História, Ciências, Saúde – Manguinhos
No evento em comemoração aos 30 anos da revista HCS-Manguinhos, Ronaldo Araújo, da Universidade Federal de Alagoas, apresentará dados de 122 revistas da coleção SciELO Brasil ativas no Facebook e o desempenho que obtiveram nos últimos cinco anos
“As revistas científicas têm sido desafiadas a ampliar a comunicação de seus resultados para além dos especialistas. A revista História, Ciência, Saúde de Manguinhos fez movimentos pioneiros nesta direção”, afirma Germana Barata, do Labjor/Unicamp. Ela participará, nesta quinta, 8/8, da mesa “Divulgação de periódicos científicos na área de ciências humanas”, que encerra o evento em comemoração aos 30 anos da revista.
Em 2024, a revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos completa 30 anos de publicação ininterrupta. Para celebrar o aniversário, preparamos um encontro para discutir os rumos da ciência aberta, da avaliação de periódicos e da divulgação científica em humanidades. Assista no YouTube!
A pesquisadora e professora Lorelai Kury recomenda o periódico da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz como fonte inicial para quem está em vias de começar uma pesquisa na área de história das ciências. Em comemoração aos seus 30 anos, a revista realiza, em 7 e 8/8, o evento “Ciência aberta e os periódicos científicos de ciências humanas”. Assista pelo YouTube!
Editor-científico de História, Ciências, Saúde – Manguinhos por quase 20 anos, até 2015, o historiador enfatiza que a revista “resistiu bravamente aos tempos adversos do governo fascista de Jair Bolsonaro, cujos esbirros fizeram de tudo para estrangular a revista, privando-a de recursos e até mesmo – suprema covardia! – de seu vínculo com a área de História”
Como editor adjunto da revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos, sempre trazia comentários, sugestões e informações sobre o estado da arte da publicação científica no Brasil e no mundo. “Generoso, compartilhou comigo suas experiências e as tantas histórias em uma longa entrevista em 2022”, conta, comovida, Roberta Cardoso Cerqueira, editora-executiva da revista.
Diretor da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) de 1985 a 1997, o ex-presidente da Fiocruz (de 2009 a 2016) assina o primeiro texto da revista (História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 1, n.1, jul/out, 1994). Gadelha participará da mesa de abertura do evento comemorativo de 30 anos da revista, Ciência aberta e os periódicos científicos de ciências humanas, em 7 e 8 de agosto, com transmissão pelo YouTube!
Lançada em 1994 pela Casa de Oswaldo Cruz, revista tem acesso aberto e publica artigos inéditos, entrevistas e resenhas de livros. Entrou no portal SciELO no ano 2000 e em 2013 foi pioneira na “blogosfera” e nas redes sociais, com conteúdo em português, inglês e espanhol. Assista ao evento comemorativo online!