Travesti: prostituição, sexo, gênero e cultura no Brasil

Julho/2024

Durante quase um ano, Don Kulick, doutor em antropologia social pela Universidade de Estocolmo, morou em Salvador, num pequeno quarto na mesma casa em que viviam 13 travestis, em uma das áreas mais pobres e perigosas da capital baiana.

O pesquisador explicou às travestis que seu futuro livro não as descreveria como ‘santinhas’, mas sim mostraria honestamente a complexidade das suas vidas. Assim é “Travesti: prostituição, sexo, gênero e cultura no Brasil”, cuja primeira edição foi lançada em 2008 pela Editora Fiocruz.

No ano seguinte, o livro de Don Kulick ganhou uma resenha da antropóloga Mirian Goldenberg, professora do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na revista História Ciências, Saúde – Manguinhos (v. 16, n. 4, dez 2009)

“Sendo um forasteiro de cabelos louros, um norte-americano que morou na Suécia, Kulick tinha um certo quê de exotismo que parecia atrair as travestis. Ao mesmo tempo, não tinha qualquer preconceito, pois não sabia quase nada sobre as travestis quando começou a estudá-las. Não tinha medo, desprezo ou repulsa, sentimentos que, após iniciar o estudo, verificou serem muito presentes nas ruas de Salvador. Não demorou para Kulick descobrir que as travestis são um dos grupos mais marginalizados, temidos, discriminados, vitimizados e desprezados da sociedade brasileira”, conta a antropóloga.

Leia na revista História Ciências, Saúde – Manguinhos:

O gênero das travestis: corpo e sexualidade na cultura brasileira, resenha de Mirian Goldenberg (História Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 16, n. 4, dez 2009)