Jovens africanos criam sabonetes contra a malária

Julho/2013

Portal EcoDesenvolvimento.org

Moctar Dembele e Gerard Niyondiko criaram um sabonete usando ervas locais, manteiga de Karité e óleo de citronela (Imagens: Check In/Vimeo)

Cerca de 40% da população mundial corre o risco de contrair a malária, segundo a ONU. Na África, devido à falta de saneamento básico a doença é uma conhecida de muitos, uma vez que redes de esgotos são vetores de condução. Mas dois jovens estudantes do Instituto Internacional de Água e Engenharia Ambiental, em Ouagadougou, capital de Burkina Faso, criaram uma solução simples para amenizar este problema.

Moctar Dembele e Gerard Niyondiko criaram um sabonete usando ervas locais que repele o mosquito e a água que é usada durante o banho leva para os canais resíduos que impedem o crescimento das larvas, segundo o site da CNN. O produto ganhou o nome de Faso soap e em e seus ingredientes constam manteiga de karité, óleos de citronela essenciais e outros itens que são ainda um segredo.

O projeto foi elaborado no Instituto Internacional de Água e Engenharia Ambiental, em Ouagadougou, capital do Burkina Faso

O produto já rendeu a Moctar Dembele e Gerard Niyondiko um prêmio de U$ 25.000 (cerca de 50 mil reais), em abril de 2013, pela Global Social Venture Competition, uma competição mundial promovida pela Universidade de Berkeley, na Califórnia.

De acordo com Niyondiko, com o dinheiro do prêmio será possível fabricar sabonetes e, em larga escala, permitir que o produto possa circular no mercado a partir de 2015, mas o objetivo central é que a população sem acesso a itens de higiene e repelentes possa adquirir o Faso soap. “Pensamos em um sabonete repelente e larvicida que estará acessível para a maioria da população, uma vez que o sabão é um produto a base de ingredientes regionais”, explicou Niyondiko.

Muito africanos não têm acesso a produtos de higiene e não podem comprar repelentes. Faso soap deverá ser popularizado

Pesquisas avançam no Brasil

No Brasil, a doença é endêmica na Amazônia Legal, que responde por 90% dos casos registrados no país. As pesquisas no país avançam para a cura da doença, pois depois de dois anos de estudos um grupo de pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Instituto Biológico de São Paulo, afirma ter compreendido o funcionamento de uma proteína importante para a sobrevivência do agente causador da doença.

Agora eles precisam saber inibir a ação desta proteína, uma das responsáveis pela doença que causa fraqueza, febre alta, calafrios e dores de cabeça e no corpo, e pode levar à morte, informou a Agência Brasil.

As formas de prevenção são os usos de telas em portas e janelas, mosquiteiros com inseticidas e repelentes.

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Fonte: Portal EcoD

Destacamos aqui alguns artigos da revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos que têm relação com o tema:

Conheça nossa edição “Dossiê Malária”

Leia também os artigos:

“A malária em foto: imagens de campanhas e ações no Brasil da primeira metade do século XX”, de Gilberto Hochman,  Maria Teresa Bandeira de Mello e Paulo Roberto Elian dos Santos

“Ferrovias, doenças e medicina tropical no Brasil da Primeira República”, de Jaime Larry Benchimol e André Felipe Cândido da Silva

“As representações da malária na obra de João Guimarães Rosa”, de Norinne Lacerda-Queiroz, Antônio Queiroz Sobrinho e Antônio Lúcio Teixeira

“Combatendo nazistas e mosquitos: militares norte-americanos no Nordeste brasileiro (1941-45)”, de André Luiz Vieira de Campos

“Retratos do Brasil: uma coleção do Rockefeller Archive Center”, de Aline Lopes de Lacerda

“Las ‘fiebres del Magdalena’:medicina y sociedad en la construcción de una noción médica colombiana, 1859-1886”, de Claudia Mónica García

“O Plano de Saneamento da Amazônia (1940-1942)”, de Rômulo de Paula Andrade e Gilberto Hochman