Saúde e escravidão: doenças, pensamento médico e artes de curar no Brasil

Fevereiro/2022

Na quinta-feira, 17/02, às 15h, horário de Brasília, Tânia Salgado Pimenta, professora do Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde e pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, fará a conferência “Saúde e Escravidão: doenças, pensamento médico e artes de curar no Brasil” como convidada das Conferências CIUHCT, do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia.

Clique na imagem para assistir a conferência na quinta-feira, 17/02/2022, 15h (horário de Brasília)

Resumo

Durante todo o período da escravidão no Brasil, as doenças atravessaram a existência de africanos e seus descendentes devido as suas condições de trabalho e de vida. Para enfrentar as enfermidades, recorriam a práticas de cura construídas a partir de suas concepções de doença e saúde, formadas em suas experiências e relações com os diversos grupos sociais. Soma-se a isso, a convivência de médicos com os cativos, enquanto trabalhadores ou doentes, o que se torna mais evidente a partir da primeira metade do século XIX, quando a medicina acadêmica iniciou seu processo de institucionalização no país. 

Os estudos históricos sobre saúde e escravidão no Brasil têm se desenvolvido, sobretudo, a partir da década de 1990, com pesquisas originadas das historiografias sobre escravidão e sobre saúde. Com o tema em comum, o diálogo entre esses dois campos começou a se intensificar e a produção sobre saúde e escravidão passou a levantar questões próprias, em que se destacam a agência de escravizados, libertos e seus descendentes nascidos livres, assim como as redes de solidariedade construídas por eles. Percebe-se um adensamento de publicações a partir da década de 2010 com investigações acerca do pensamento médico sobre os africanos e seus descendentes; da identificação e distribuição das doenças que mais atingiam os cativos e libertos; e do exercício das práticas de cura por essas pessoas. 

A apresentação pretende abordar esses aspectos, atentando para a historiografia sobre o tema, tecendo algumas considerações sobre as fontes e apontando alguns resultados de pesquisas empíricas.

Acesse a conferência online em 17/2 às 15h (hora de Brasília) ou 18h (hora em Portugal)

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Leia em HCS-Manguinhos:

Suplemento Saúde e Escravidão (HCS-Manguinhosvol.19  supl.1 dez. 2012)

O exercício farmacêutico na Bahia da segunda metade do século XIX. Pimenta, Tânia Salgado and Costa, Ediná Alves.  (HCS-Manguinhos, vol. 15, no. 4, dez 2008)

Transformações no exercício das artes de curar no Rio de Janeiro durante a primeira metade do Oitocentos. Pimenta, Tânia Salgado. (HCS-Manguinhos, vol.11, supl.1, 2004)

Um guia da vida dos escravos no Rio de Janeiro na primeira metade do século XIX. Pimenta, Tânia Salgado. (HCS-Manguinhos, vol.8, no.2, ago 2001)

Barbeiros- sangradores e curandeiros no Brasil (1808-28). Pimenta, Tânia Salgado. (HCS-Manguinhos, vol.5, no.2, out 1998)