A Casa da Ruth

Dezembro/2021

A jornalista Ruth Barbosa faz parte do grupo fundador da Casa de Oswaldo Cruz e integrou a equipe que elaborou o projeto da revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos, onde trabalhou como editora executiva até 2010. O primeiro número foi lançado em 1994, no dia do aniversário dela: 26 de julho. Conheça a história da Ruth, que é também a história da Casa!

“Sou jornalista e, em 1986, integrei o grupo fundador da Casa de Oswaldo Cruz, onde passei a coordenar o núcleo editorial, responsável pelas primeiras publicações de seus catálogos e livros. Em 1994, participei com Paulo Gadelha, Sergio Goes de Paula e Jaime Benchimol, da elaboração do projeto da revista História, Ciências, Saúde: Manguinhos (HCSM), onde trabalhei como editora executiva até 2010.  

Antes da revista, editamos Cadernos de História e Saúde e Estudos de História e Saúde, precursores da revista, em que os pesquisadores da Casa escreveram seus primeiros artigos. 

O primeiro número da HCSM foi lançado em 26 de julho de 1994, dia do meu aniversário de 40 anos. Para mim, Manguinhos tem grande valor afetivo e simbólico.  

Nunca tinha participado, como profissional, de um projeto desde sua origem, o que veio a acontecer na Casa de Oswaldo Cruz, onde trabalhei durante 28 anos. Na COC, aprendi muito, tive vários mestres, diversifiquei meu trabalho, atuando como revisora e editora de textos, fazendo entrevistas, integrando equipes que elaboravam exposições, sendo a responsável pela preparação dos originais de diversos livros, dos quais participei da escolha dos projetos gráficos, de sua edição e divulgação.  

Acompanhei a trajetória da revista, nosso projeto editorial de maior fôlego, desde o seu surgimento até que estivesse alçando voos altos, quando conseguimos sua indexação, passamos a traduzir seus artigos para o inglês e o espanhol, lançamos sua versão on-line, que passou a figurar na SciELO (portal de revistas brasileiras que organiza e publica textos completos de revistas científicas na Internet, produz e divulga indicadores do uso e impacto desses periódicos). A revista surgiu num período em que a história das ciências, especialmente as ciências da saúde, era um campo de conhecimento ainda em formação. Não havia qualquer publicação específica, no Brasil, sobre o tema. Fomos os primeiros a fazer um periódico científico dedicado a este assunto, quando os pesquisadores das ciências humanas ainda se dedicavam a publicar livros.  

Não foi por acaso que fiz meu mestrado no Ibict-UFRJ, em 2000, quando estudei os periódicos científicas e fiz uma dissertação analisando a trajetória dos “Cadernos de Saúde Pública” e das “Memórias do IOC”, e sua transição do papel ao digital. 

Em 2010, com a revista reconhecida, fui para a assessoria de comunicação da Casa de Oswaldo Cruz, onde passei meus últimos quatro anos, trabalhando com uma equipe bem mais jovem, de colegas jornalistas, quando participamos da criação do portal da instituição, fizemos divulgação, reportagens, entrevistas e editamos publicações.  

Em 2014, me aposentei, no dia seguinte ao lançamento de “Vida, Engenho e Arte: o acervo histórico da Fiocruz”, de que fui uma das organizadoras, com Paulo Elian e Fábio Iglesias.  

Foi um imenso prazer ter integrado, durante este longo período, equipes tão produtivas da Casa de Oswaldo Cruz. Alguns, amigos da vida inteira.”

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