Maio/2021
O Encontro às Quintas recebe nesta quinta-feira, 27 de maio, às 10h, a pesquisadora Maria Martha de Luna Freire, do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal Fluminense (UFF), que abordará o tema “Salvar a semente?” Mulheres, médicos e saúde materno-infantil em perspectiva histórica. A palestra será transmitida ao vivo pelo Facebook da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) e integra a série coordenada pelo Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde da COC.
Na ocasião será lançado o livro Medicalização do Parto: saberes e práticas, da Hucitec Editora, organizado pelos pesquisadores Luiz Antonio Teixeira (COC/Fiocruz), Andreza Pereira Rodrigues (UFRJ), Marina Fisher Nucci e Fernanda Loureiro Silva (Uerj) e que conta com um capítulo de Martha Freire.
De acordo com a pesquisadora, mulheres e crianças vêm sendo abordadas pela medicina como um binômio homogêneo e indissociável, alvo prioritário de cuidados assistenciais sobretudo a partir de meados do século 19 e, posteriormente, de políticas públicas específicas. “Se de um lado tais práticas protecionistas resultaram em ganhos para ambos, de outro, a redução das mulheres à sua função maternal restringiu o leque de cuidados no que se refere ao universo feminino mais amplo”, afirma a pesquisadora.
A apresentação tem foco na década de 1920, período onde o fortalecimento do ideário maternalista e a construção de um determinado modelo de maternidade, de base científica, visavam explicitamente “salvar a semente”, o que garantiria o futuro da nação.
Maria Martha de Luna Freire é graduada em medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1977), mestre em Saúde da Mulher e da Criança pelo Instituto Fernandes Figueira/Fundação Oswaldo Cruz (1991), doutora pelo Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde (PPGHCS-COC/Fiocruz), com orientação do pesquisador Luiz Otávio Ferreira.
Fonte: COC/Fiocruz
Leia em HCS-Manguinhos:
Medicalização da gestação e do parto nas páginas da revista Claudia, 1961-1990, artigo de Maria Martha de Luna Freire, Claudia Bonan e Andreza Rodrigues Nakano (História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 25, n. 4, out/dez 2018)
A caridade científica: Moncorvo Filho e o Instituto de Proteção e Assistência à Infância do Rio de Janeiro (1899-1930), artigo de Maria Martha de Luna Freire, Vinícius da Silva Leony (História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 18, supl. 1, dez 2011)
‘Ser mãe é uma ciência’: mulheres, médicos e a construção da maternidade científica na década de 1920, artigo de Maria Martha de Luna Freire (História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v.15, supl. 0, 2008)
Leia no Blog de HCS-Manguinhos:
Revista HCS-Manguinhos traz dossiês sobre parto e mortalidade infantil
Acesse a edição completa
Biomedicalização de corpos brasileiros
Edição de HCS-Manguinhos aborda diagnósticos, tratamentos e práticas que transformam vidas, sobretudo de mulheres
A cidadania feminina restringida à condição de mãe
HCS-Manguinhos publica resenha de Isabela de Oliveira Dornelas sobre livro de Cassia Roth lançado em 2020
O Primeiro Congresso Brasileiro de Eugenia e o status da mulher
Artigo discute o papel da mulher para a nação em evento realizado no Rio de Janeiro em 1929
Artigo analisa embates científicos e morais sobre maternidade e parto no Boletim da LBA de 1945 a 1964
Bruno Sanches Mariante da Silva aponta a desqualificação das parteiras e comadres e a exaltação do discurso médico
Loucuras puerperais
Artigo analisa teses de faculdades de medicina, periódicos médicos, livros sobre maternidade e relatórios médico-legais da Argentina e da Colômbia de 1880 a 1950
Saúde reprodutiva, triste realidade
Cassia Roth, da Universidade da California em Los Angeles, relaciona as políticas voltadas para a reprodução no Brasil há um século e a situação atual
Trajetórias de pesquisadoras com foco em humanização do parto são analisadas em pesquisa qualitativa
Embasadas no referencial teórico foucaultiano, Ana Maria Bourguignon e Marcia Grisotti buscaram identificar as posições ocupadas pelas pesquisadoras no discurso em prol da humanização do parto
Você sabe o que é violência obstétrica?
Termo ora vetado pelo Ministério da Saúde foi tema do Blog da Saúde, do próprio ministério, em 2017, quando foi entrevistada Ana Catarine Carneiro, assessora técnica da Saúde da Mulher do ministério.
Casa de Parto David Capistrano Filho: educação e acolhimento
Entre 2005 e 2017, a fotografa Adriana Medeiros registrou o dia-a-dia do local em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro
Leia na revista HCS-Manguinhos:
Dossiê Parto, Nascimento e Mortalidade Infantil (v.25, n.4, out./dez. 2018)
Dossiê Parto e nascimento: saberes, reflexões e diferentes perspectivas (n. 4, v. 25, dez 2018)
Gravidez e controle reprodutivo no Brasil: coibir e negociar, resenha de Isabela de Oliveira Dornelas para o livro A miscarriage of justice: women’s reproductive lives and the law in early twentieth-century Brazil, de Cassia Roth (HCS-Manguinhos, v. 28, n. 1, mar. 2021)
A Casa de Parto David Capistrano Filho pelas lentes de uma fotógrafa, artigo de Adriana Medeiros (v.25, n.4, out./dez. 2018)
A casa de parto como local de nascimento: contextualização da casa de parto do Rio de Janeiro, artigo de Ilana Löwy (v.25, n.4, out./dez. 2018)
A dinâmica hospitalar da Maternidade Dr. João Moreira, em Fortaleza, nas primeiras décadas do século XX, Medeiros, Aline da Silva (set 2013, vol.20, no.3)
Reprodução, sexualidade e poder:as lutas e disputas em torno do aborto e da contracepção no Rio de Janeiro, 1890-1930, Silva, Marinete dos Santos (dez 2012, vol.19, no.4)
‘Barrigão à mostra’: vicissitudes e valorização do corpo reprodutivo na construção das imagens da gravidez, Vargas, Eliane Portes (mar 2012, vol.19, no.1)
Direitos femininos no Brasil: um enfoque na saúde materna, Leite, Ana Cristina da Nóbrega Marinho Torres and Paes, Neir Antunes (set 2009, vol.16, no.3)