Abril/2021
A interpretação de que a reforma sanitária que antecede o Sistema Único de Saúde (SUS) teve o “sanitarismo desenvolvimentista” como precursor é questionada por duas pesquisadoras da Fiocruz, autoras de um artigo nesta edição da revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos (v. 28, n. 1, mar/2021). Camila Furlanetti Borges, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio/Fiocruz, e Tatiana Wargas de Faria Baptista, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca/Fiocruz, analisaram acervos de textos de Mario Magalhães e Carlos Gentile de Mello para identificar quais de suas contribuições seriam recuperadas nos anos 1970 para sustentar o lugar de “precursores” de um projeto.
“O SUS não é uma mera continuidade do pensamento desenvolvimentista porque não manteve coerência com todos os argumentos dos tais sanitaristas”, afirmam as autoras. Elas argumentam que, além disso, o SUS teve que lidar com contradições expressas pela saúde coletiva, passou por uma releitura estratégica do debate dos anos 1970 e por concessões e acomodações da prática política. “Esse trabalho abre disputas discursivas a respeito da reforma sanitária, pois lança luz sobre conflitos políticos silenciados”, provocam.
Leia em HCS-Manguinhos:
Leituras sobre o sanitarismo desenvolvimentista e interpretações para a reforma sanitária brasileira e a saúde coletiva, artigo de Camila Furlanetti Borges e Tatiana Wargas de Faria Baptista (História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 28, n. 1, mar/2021)
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