Janeiro/2021
O surgimento da psicologia no Brasil esteve ligado a dois campos considerados fundamentais para a modernização do país e a superação das contradições sociais herdadas do século XIX: a medicina e a educação. Estes campos impulsionaram estudos sobre a personalidade e o desenvolvimento infantil, o funcionamento dos grupos sociais e processos de correção e adaptação dos indivíduos à vida social.
Porém havia controvérsias no ar. Na Liga Brasileira de Higiene Mental, fundada em 1923, as posições dos eugenistas, que defendiam propostas para o controle e a extinção dos chamados degenerados, contrastavam com as defendidas por Arthur Ramos, Manoel Bonfim e Ulysses Pernambucano, entre outros.
No artigo A invenção da norma: a psicologia na Liga Brasileira de Higiene Mental, publicado na última edição de 2020 da revista HCS-Manguinhos (v 27., n. 4, out./dez. 2020), Fernando A. Figueira do Nascimento e Belinda Mandelbaum, do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, buscam compreender o papel da psicologia na Liga Brasileira de Higiene Mental, que tinha como princípios a adaptação dos indivíduos e a constituição da “moral universal do amanhã”.
Segundo os autores, a psicologia dedicou-se à adaptação de testes psicológicos e a estudos sobre o desenvolvimento infantil que buscavam a delimitação da norma e a possibilidade de avaliação do funcionamento mental em acordo com a realidade brasileira, além de atuar no poder disciplinar em duas dimensões: os corpos individuais e o corpo social.
Leia em HCS-Manguinhos:
A invenção da norma: a psicologia na Liga Brasileira de Higiene Mental, artigo de Fernando A. Figueira do Nascimento e Belinda Mandelbaum (v. 27., n. 4, out./dez. 2020)