Julho/2020
Como os corpos nas Minas Gerais setecentistas eram afetados por atos violentos? A questão é esmiuçada no artigo Violência, saúde e adoecimento dos corpos na comarca de Vila Rica, século XVIII, de Maria Cristina Rosa, professora da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais, e Marcone Rodrigues da Silva e Santos, doutorando do Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Ouro Preto, publicado em História, Ciências, Saúde – Manguinhos (v. 27, n.1, jan./mar. 2020)
A pesquisa investigou autos de devassas (peças de processo judicial) do termo de Vila Rica no acervo do Arquivo Histórico do Museu da Inconfidência para verificar como atos criminosos e violentos, muito comuns naquela sociedade, interferiam na saúde e no adoecimento dos corpos. Os resultados mostraram crimes causados por motivos distintos e de tipologias diferentes, predominando os crimes contra o corpo, com consequentes lesões corporais provocadas geralmente por instrumentos perfurocortantes. Os homens foram os mais acometidos, sendo a cabeça a principal região atingida. Os crimes analisados envolveram predominantemente pessoas dos estratos sociais mais baixos, em especial escravos.
Leia em HCS-Manguinhos:
Violência, saúde e adoecimento dos corpos na comarca de Vila Rica, século XVIII, de Maria Cristina Rosa e Marcone Rodrigues da Silva e Santos (v. 27, n.1, jan./mar. 2020)
Leia também em HCS-Manguinhos:
Fronteira, cana e tráfico: escravidão, doenças e mortes em Capivari, SP, 1821-1869, artigo de Carlos A. M. Lima (vol.22, no.3, jul./set. 2015).
Relatos de Luís Gomes Ferreira sobre a saúde dos escravos na obra Erário mineral (1735), artigo de Alisson Eugênio (vol.22, n.3, jul./set. 2015)
Suplemento Saúde e Escravidão (vol.19 supl.1 dez. 2012)
Treze artigos do suplemento temático revelam como viviam, adoeciam, eram curados ou morriam os escravos e libertos no Brasil.