Julho/2020
A Revista Tempo comunica a abertura da chamada pública de artigos para o dossiê Resistência, sobrevivência e associativismo: reinventando a vida nos territórios de escravidão moderna (séculos XVI-XIX), organizado por Maria Renilda Barreto (CEFET/RJ) e Daniel B. Domingues da Silva (Rice University), com previsão para publicação em 2021. As contribuições devem ser originais e podem ser escritas em português, inglês, espanhol e francês. O prazo limite para submissão é 10 de dezembro de 2020.
O ressurgimento da escravidão no início da era moderna provocou o deslocamento forçado de milhões de indivíduos, submetendo-os a si e seus descendentes a condições de vida degradantes. A historiografia recente tem revelado que a escravidão fomentou alterações que extrapolaram a esfera econômica, modificando as interações sociais, cultuais, cientificas, artísticas, filosóficas, linguísticas, educacionais, territoriais, jurídicas dentre outros campos das relações humanas. Este dossiê convida os pesquisadores a apresentarem resultados inéditos de uma agenda de investigação que problematize a dinâmica das relações socais – em todos os seus quadrantes – discutindo como as populações escravizadas e libertas montaram estratégias de sobrevivência e de reinvenção em territórios demarcados pela escravidão moderna. Submissões concentradas em qualquer região do Atlântico serão bem-vindas, particularmente trabalhos que abordem como escravizados e libertos deram novo significado a diversas formas de associativismo: ensino, saúde, lazer, direito, arte, trabalho dentre outras.
As interpretações generalistas, embora importantes outrora, são hoje percebidas como reducionistas. Estimulamos, portanto, trabalhos que valorizem a experiência histórica de grupos de escravizadas/os. Interessa-nos contribuições que problematizem a complexidade das relações sociais a partir do recorte racial, estético, sexual, religioso, jurídico, econômico, filosófico, educacional, de gênero e de poder político e simbólico. Estudos monográficos serão bem-vindos, desde que explorem a interrelação entre o local e o global. Subtemas a serem desenvolvidos incluem, mas não se limitam a: escravidão, tráfico de escravos, abolição, pós-abolição, associativismo, quilombos, militância negra, lazer, saúde, arte, direito e legislação, gênero, raça, educação, família, propriedade.
Todos trabalhos devem ser submetidos no site da Revista Tempo e obedecer às normas de publicação da revista e dos editais. Ao submeter o trabalho, o título do dossiê deve vir acima do título do artigo. Todas as informações necessárias à submissão se encontram em https://www.scielo.br/revistas/tem/pinstruc.htm
Em caso de dúvidas, contate os organizadores do dossiê:
Maria Renilda Barreto (renildabarreto@hotmail.com ou maria.barreto@cefet-rj.br)
Daniel B. Domingues da Silva (domingues@rice.edu)
Link para submissão: https://submission.scielo.br/index.php/tem/announcement/view/191
Revista Tempo
Criada em 1996, a Revista Tempo é uma publicação do departamento de História da Universidade Federal Fluminense (Brasil), dedicada à publicação de pesquisas inéditas no campo da história em suas diferentes modalidades – história social, econômica, política, dentre outras. A revista é avaliada com Qualis A1 pela Capes e está indexada no Scielo, Scopus, ISI – Web Of Knowledge, Redalyc, dentre outros. Ao longo de mais de duas décadas de existência a Revista se consolidou como importante espaço acadêmico, nacional e internacional, cobrindo amplo espectro de temas, em diferentes abordagens temporal e espacial da História. Para maiores informações, consulte: https://www.historia.uff.br/tempo/
Leia em HCS-Manguinhos:
Fronteira, cana e tráfico: escravidão, doenças e mortes em Capivari, SP, 1821-1869, artigo de Carlos A. M. Lima (vol.22, no.3, jul./set. 2015).
Relatos de Luís Gomes Ferreira sobre a saúde dos escravos na obra Erário mineral (1735), artigo de Alisson Eugênio (vol.22, n.3, jul./set. 2015)
Suplemento Saúde e Escravidão (vol.19 supl.1 dez. 2012)
Treze artigos do suplemento temático revelam como viviam, adoeciam, eram curados ou morriam os escravos e libertos no Brasil.
Sobre escravos e genes: “origens” e “processos” nos estudos da genética sobre a população brasileira. Artigo de Elena Calvo-González (vol.21, no.4, dez 2014)