Março/2020
Criada em Belo Horizonte em 1932, a Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais foi idealizada por Helena Antipoff (1892 – 1974), psicóloga russa formada no Instituto Jean-Jacques Rousseau, em Genebra, Suíça. Figura respeitada no cenário nacional, Helena Antipoff iniciou uma obra filantrópica em que o estado teve papel fundamental: a Sociedade Pestalozzi organizou-se em um modelo híbrido, em que filantropia e poder público se entrelaçaram.
“Antipoff se antecipava ao governo, percebendo as necessidades ainda implícitas de serviços. Iniciava a obra e depois convocava o governo a assumir a responsabilidade por sua manutenção. Dessa forma, pressionava o poder público a assumir a responsabilidade pela educação das crianças consideradas “anormais” na época, além de outras iniciativas”, contam Adriana Araújo Pereira Borges, professora da Faculdade de Educação da UFMG, e Esther Augusta Nunes Barbosa, coordenadora de Educação Especial Inclusiva da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, no artigo Helena Antipoff e a Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais: filantropia e ciência em prol dos anormais, publicado em HCS-Manguinhos (v. 26, supl.1, dez. 2019).
O público-alvo das iniciativas eram crianças consideradas fora do padrão de normalidade pretendido na época. O termo “anormal” abarcava diversas condições, tanto médicas quanto sociais. Eram consideradas “anormais” crianças com deficiência sensorial, física ou intelectual, as que apresentavam problemas comportamentais, as moradoras das ruas e até as órfãs, “anormais” por viverem em abrigos.
Segundo as autoras, criando a demanda, Helena Antipoff estabelecia a necessidade dos serviços. “Repetidamente, nas instituições propostas por Antipoff, os serviços depois de criados passaram a ser essenciais. Ao se tornarem essenciais, cabia ao poder público assumir sua gestão”, revelam.
Fotos do Museu Helena Antipoff
Leia em HCS-Manguinhos:
Helena Antipoff e a Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais: filantropia e ciência em prol dos anormais, artigo de Adriana Araújo Pereira Borges e Esther Augusta Nunes Barbosa (v. 26, supl.1, dez. 2019)
Acesse o sumário do suplemento Filantropia e Estado – novos paradigmas (vol.26, supl.1, dez. 2019)
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