Julho/2019
Visto com desconfiança pela comunidade científica internacional, o livro High Hitler: como o uso de drogas pelo Führer e pelos nazistas ditou o ritmo do Terceiro Reich, de Norman Ohler (Editora Planeta do Brasil, 2017), é comentado pelo químico Ricardo Soares, do Instituto Estadual do Ambiente/RJ, na resenha “O percurso das drogas no império da anfetamina“, publicada na edição atual de HCS-Manguinhos (vol. 26 n.2 abr./jun. 2019).
Soares explica que o livro teve repercussão negativa porque o autor faz afirmações difíceis de serem comprovadas, que foram encaradas como especulações pelos cientistas, mas mesmo assim ele considera que a obra tenha seu mérito.
“Independentemente de toda a polêmica evidenciada, o livro de Ohler possui uma contribuição importante para a compreensão do papel das drogas nos acontecimentos que culminaram na Segunda Guerra Mundial, tornando-o extremamente interessante para o público em geral, para os historiadores das ciências e para os historiadores da química em particular”, afirma.
O livro é dividido em quatro partes: “Metanfetamina (1933-1938): a droga popular”; “Siegh High: guerra relâmpago é guerra de metanfetamina (1939-41)”; “High Hitler: o paciente A e seu médico particular (1941-44)”, onde o autor revela que quanto mais a Alemanha perdia nos fronts, mais Hitler se desconectava da realidade, e seu médico lhe prescrevia Eukodal, uma nova e mais potente droga sintetizada a partir do ópio, e depois cocaína; e “Excessos tardios: sangue e drogas (1944-45)”, Ohler afirma que, com a derrocada das tropas nazistas, “somente o Pervitin ajudava os soldados a suportar (a guerra) e fugir”.
Leia em HCS-Manguinhos:
O percurso das drogas no império da anfetamina, por Ricardo Soares (vol. 26 n.2 abr./jun. 2019)