Julho/2019
Marina Lemle | Blog de HCS-Manguinhos
Fotos de Jeferson Mendonça/COC/Fiocruz
A ciência aberta vai muito além do acesso aberto, e novos desafios vêm instigando editores de periódicos científicos mundo afora. Para promover o debate sobre temas candentes do periodismo científico, como as publicações em preprint e o impacto das mídias sociais, especificamente no campo das humanidades, a revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos promoveu o workshop “O presente e o futuro das publicações científicas de história”, realizado de 26 a 28 de junho, no Rio de Janeiro. O evento, que contou com a presença de convidados de instituições do Brasil e do exterior, marcou o aniversário de 25 anos do periódico científico da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz).
A presidente da Fiocruz, Nisia Trindade Lima, prestigiou o evento participando da mesa de abertura, junto com o diretor da COC, Paulo Elian, da vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, e do editor-científico de HCS-Manguinhos Marcos Cueto.
Doutora em sociologia, Nísia ingressou na instituição em 1987 como pesquisadora da COC, e dirigiu a unidade de 1999 a 2005. A presidente da Fiocruz destacou o quanto a revista contribui para a produção e a divulgação do conhecimento. “Revistas são indutoras do conhecimento”, enfatizou.
Nisia homenageou os ex-editores Sergio Goes – o primeiro no comando – e Jaime Benchimol, que esteve à frente da revista por quase 20 anos, e lembrou que quem dirigia a Casa quando a revista foi lançada era Paulo Gadelha, ex-presidente da Fiocruz.
“O projeto gerou controvérsias sobre a necessidade de um novo periódico na Fiocruz, mas a revista se firmou como importante publicação da área, sendo inovadora hoje também no uso de redes sociais e uma das iniciativas mais fortes de internacionalização, particularmente no campo da história”, afirmou. Nisia destacou ainda a importância do papel dos atuais editores nesse processo de internacionalização, assim como nas perspectivas da saúde global e da América Latina e na agenda da ciência aberta. “A importância de HCS-Manguinhos para a comunicação científica da Fiocruz vai além do campo da história”, ressaltou.
Cristiani Vieira Machado disse que a revista é admirável em vários sentidos, sendo referência em história da ciência dentro e fora do Brasil. Ela contou que os seus editores sempre contribuem para os debates e trocas de experiências entre os editores dos sete periódicos científicos da Fiocruz.
Paulo Elian ressaltou que a perspectiva multidisciplinar de HCS-Manguinhos a diferencia de outras revistas e afirmou que o seu “gosto saudável do enfrentamento aos desafios do periodismo científico” sempre contou com o apoio da direção da COC. “Parabéns a todos que participaram dessa história por tudo que ela representa para o campo das humanidades”, disse.
Marcos Cueto agradeceu a todos os envolvidos na produção da revista e atribuiu o seu contínuo sucesso à modernização da gestão editorial, à profissionalização da equipe e à sua internacionalização.
Cueto espera que a revista possa ajudar a implementar nas ciências humanas a ciência aberta, um movimento que está mudando a produção da ciência, através da adoção de novas políticas editoriais, como a publicação de manuscritos.
“Mais do que nunca, temos a necessidade de resistir criativamente para produzir ciência aberta na adversidade. Precisamos de esperança, otimismo e bom humor. Precisamos de mais história. Precisamos de mais 25 anos”, concluiu.
Em seguida, a plateia formada por colegas ilustres fez colocações para a mesa, e o debate rendeu.
Nos próximos dias, publicaremos reportagens sobre as mesas realizadas no workshop comemorativo e entrevistas com alguns debatedores. Acompanhe nosso blog!
Como citar este post:
Um futuro para além do acesso aberto. Blog de HCS-Manguinhos. Publicada em 02 de julho de 2019. Acessado em 02 de julho de 2019. Disponível em http://www.revistahcsm.coc.fiocruz.br/um-futuro-para-alem-do-acesso-aberto/
Leia mais sobre o workshop no Blog de HCS-Manguinhos:
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