Abril/2019
Em entrevista nesta edição de HCS-Manguinhos (v.26 n.1 jan/mar 2019), Marcos Augusto Bastos Dias e Maria do Carmo Leal discutem os percursos que colocaram o parto na pauta das políticas públicas brasileiras.
Participantes ativos nesse percurso, tanto no campo acadêmico como no âmbito do ativismo, os depoentes refletem sobre os desafios enfrentados para alcançar uma mudança no modelo assistencial brasileiro e destacam a importância da participação das mulheres e de seus movimentos no alcance desse objetivo.
Maria do Carmo Leal, médica epidemiologista, professora e pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), coordenou, entre 2009 e 2013, a pesquisa “Nascer no Brasil: inquérito nacional sobre parto e nascimento”, estudo que trouxe novos olhares para a assistência ao parto no país.
Marcos Dias, médico obstetra, professor e pesquisador no Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), tem sua trajetória marcada pela participação em movimentos de profissionais que questionaram, desde os anos 1980, a forma hegemônica de assistência ao parto. Dias foi diretor de maternidade e coordenou a área de Saúde da Mulher no município do Rio de Janeiro, participando de eventos centrais para a construção de políticas públicas relacionadas ao parto.
A entrevista foi concedida a
Leia em HCS-Manguinhos:
Os percursos do parto nas políticas de saúde no Brasil por suas testemunhas: entrevista com Maria do Carmo Leal e Marcos Dias, por Maria do Carmo Leal, Marcos Dias,
Leia também:
HCS-Manguinhos traz dossiês sobre parto e mortalidade infantil
Acesse a edição completa (n. 4, vol. 25, out-dez/2018)
Historiadora estuda a medicalização do parto através dos manuais de obstetrícia
A historiadora Lucia Regina de Azevedo Nicida estuda quais cuidados, procedimentos e indicações de intervenções aparecem nos manuais de obstetrícia publicados no Brasil entre 1980 e 2011
Artigo discute o uso da ocitocina sintética para acelerar partos a partir da década de 1950
Pesquisadores fazem análise a partir de levantamento de dois periódicos brasileiros de obstetrícia da época
Parteiras e médicos concorriam por partos no Rio no fim do séc. XIX
Até os anos 1870, parteiras dominavam a arte de partejar na Corte, mas perderam espaço para médicos
A transnacionalização do parto normal no Brasil: um estudo das últimas cinco décadas
A trajetória histórica do parto normal não se restringiu às fronteiras nacionais, tendo padrões e recomendações transnacionais impactando localmente, ao direcionar a criação de novas regulamentações
Casa de Parto David Capistrano Filho: educação e acolhimento
Entre 2005 e 2017, a fotografa Adriana Medeiros registrou o dia-a-dia do local em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro
A casa de parto como local de nascimento: contextualização da casa de parto do Rio de Janeiro, artigo de Ilana Löwy (v.25, n.4, out./dez. 2018)
Exposição em homenagem a mulheres no campo da saúde é tema de artigo em HCS-Manguinhos
Inaugurada no Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul no dia 8 de março de 2008, “Mulheres e práticas de saúde” retrata a vida e o ofício de parteiras e médicas na atuação obstétrica
Artigo analisa embates científicos e morais sobre maternidade e parto no Boletim da LBA de 1945 a 1964
Bruno Sanches Mariante da Silva aponta a desqualificação das parteiras e comadres e a exaltação do discurso médico