Fenômenos sobrenaturais como os chamados transe e possessão espiritual recebem, no final do século XX, codificação científica, integrando os diagnósticos da psiquiatria hegemônica. No final do século XIX, observamos a apropriação científica de fenômenos considerados originários da superstição ou imaginação popular.
O artigo “Uma nosologia para os fenômenos sobrenaturais e a construção do cérebro ‘possuído’ no séc. XIX“, de Valéria Portugal Gonçalves e Francisco Ortega, demonstra como o transe e a possessão espiritual foram estudados por Franz Anton Mesmer e seus discípulos ao desenvolver o conceito de magnetismo; por James Braid no processo de criação da teoria da hipnose; e por Jean Martin Charcot, marcando a entrada da histeria para as classificações nosológicas.
Apesar das diferenças entre essas escolas, foi identificada a utilização do cérebro e de metáforas cerebralistas como alicerce das teorias sobre a mente.
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