HCS-Manguinhos apresenta nova edição com temas diversos

Junho/2018

César Guerra Chevrand (COC/Fiocruz)

Capa da edição (vol 25, n. 2, abr/jun 2018). Clique para acessar o sumário.

Treze artigos inéditos são os destaques da nova edição da revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos. O número 2 do volume 25 (abril a junho de 2018) do periódico científico da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) traz na seção Análise temas variados, que vão desde a experiência com arte na Colônia Juliano Moreira e as epidemias no México e nos Andes no século XVI até a discussão sobre polícia médica e os impactos socioambientais da estrada Bragança-Ajuruteua, no Pará. Todo o conteúdo já está disponível na íntegra no Portal Scielo. O rábula, o médico e o anspeçada suicida: Evaristo de Moraes, Nina Rodrigues e o atentado que abalou a República é o título do artigo de Helga Cunha Gahyva, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na seção Análise também se encontram artigos sobre as representações da febre amarela e cólera na cidade de Buenos Aires, de Maximiliano Ricardo Fiquepron, e a contribuição de Madel Luz e Emerson Merhy para o pensamento social em saúde, assinado por Maria Cristina da Costa Marques, Áurea Maria Zöllner Ianni, Áquila Mendes e Rafael Mantovani, da Universidade de São Paulo (USP). O exílio do geógrafo Milton Santos (1926-2001) e a formação de sua rede de cooperação são o tema do trabalho de Breno Viotto Pedrosa. Eustáquio José de Souza Jr., Rodrigo Lopes Miranda e Sérgio Dias Cirino assinam o artigo A recepção da instrução programada como abordagem da análise do comportamento no Brasil nos anos 1960 e 1970. O livro de Janet Marcet – Conversations on chemistry – e as conversas sobre química no século XIX são o assunto do trabalho dos portugueses Isabel Marília Peres e Sérgio Paulo Jorge Rodrigues. Em seu artigo, Paulo Cesar Gonçalves propõe um levantamento das “soluções científicas” levantadas para enfrentar as secas no semiárido brasileiro, entre 1877 e 1879. A peruana Christian Mesía-Montenegro é autora do texto Julio Tello as a medical anthropologist: assessing the antiquity of syphilis in ancient Peru. Por fim, Federico Ferretti, da University College Dublin (Irlanda), analisa o pensamento dos geógrafos anarquistas Elisée Reclus e Pëtr Kropotkin e a sua relação com a ciência moderna. Carta dos Editores As polêmicas envolvendo a política de prevenção do HIV com a adoção pelo Brasil da chamada PrEP (Profilaxia pré-Exposição) são o ponto de partida para os editores científicos da HCS-Manguinhos, André Felipe Cândido da Silva e Marcos Cueto, discutirem a persistência de preconceitos arraigados no imaginário social e os estigmas que acompanham certas doenças. O sensacionalismo e os equívocos da imprensa na abordagem sobre o PrEP suscitaram a comparação com outras controvérsias históricas. “O caso recente guarda semelhanças com o histórico das epidemias tradicionais, como febre amarela, cólera e peste bubônica, quando em diversos contextos a imprensa contribuiu para acentuar o pânico social e veicular discursos morais acerca da saúde”, afirmam os editores. André Felipe Cândido da Silva e Marcos Cueto chamam a atenção também para a “afinidade desse tipo de discurso com o avanço do conservadorismo e do fundamentalismo que ocorre no Brasil recente”. É neste contexto de adversidades que os editores científicos da HCS-Manguinhos reafirmam a importância do periódico como fornecedor de “instrumental crítico para exame dos eventos e processos que nos atingem”. “Por ingênua ou datada que possa soar a crença no poder transformador do conhecimento, vale reafirmar a convicção de que ele representa componente seguro para entrevermos na penumbra”, complementam na carta. Leia a Carta dos Editores. Livros & Redes Seis resenhas compõem a seção Livros & Redes do número 2 do volume 25 de HSC-Manguinhos. Em Saúde e construção da nação na Indonésia pós-colonial, Eric Carter, da Macalester College (EUA), debate a obra Science, public health and nation-building in  Soekarno-era Indonesia, de Vivek Neelakantan. A diversidade de atuação da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) é o tema da resenha de Luciana Dias de Lima e Henrique Sant’Anna Dias, da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), sobre o livro Saúde coletiva:  a Abrasco em 35 anos de história. Pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Nelson Aprobato Filho fez seu trabalho sobre a obra de William Leach: Butterfly people: an American encounter  with the beauty of the world. O livro do pesquisador e professor da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) Gilberto Hochman, The Sanitation of Brazil: Nation, State, and Public Health, 1889-1930, é o objeto da resenha de Eve Buckley, da Universidade de Delaware (EUA). Por uma história institucional da sociologia da saúde é o título do texto do professor da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Everardo Duarte Nunes sobre Mapping the sociology of health and medicine:  America, Britain and Australia compared, de Fran Collyer. Para completar, Martin Scarnatto, da Universidad Nacional de La Plata (Argentina), discute Mujeres en movimiento: deporte, cultura física y feminidades: Argentina, 1870-1980, de Pablo Scharogrodsky. Fontes Dezoito brasileiros foram indicados ao Prêmio Nobel entre 1901 e 1966. Nove ao Nobel da Paz, quatro ao de Literatura, quatro ao de Fisiologia ou Medicina e um ao de Física. Na seção Fontes, o professor aposentado da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) José Eymard Homem Pittella analisa o banco de dados do Prêmio Nobel como indicador da internacionalização da ciência brasileira neste período. O foco é nas indicações dos cientistas brasileiros à premiação de Física e de Fisiologia ou Medicina e as dos nomeadores brasileiros nestas duas últimas categorias. Acesse. Carta aos Editores A nova edição da História, Ciências, Saúde – Manguinhos também traz uma carta resposta de Raphael Câmara Medeiros Parente, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ao artigo Cesárea, aperfeiçoando a técnica e normatizando 613 a prática: uma análise do livro Obstetrícia, de Jorge de Rezende. Em seguida, os pesquisadores Andreza Rodrigues Nakano e Claudia Bonan, do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), e Luiz Teixeira, da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) discutem os argumentos de Raphael Parente no artigo Cesarianas e saúde pública: uma imbricação necessária. Acesse o sumário da edição (HCS-Manguinhos, v. 25, n. 2, abr/jun 2018)