Maio/2018
Nos últimos cinquenta anos, os esforços para reduzir o tabagismo em muitos países foram bem sucedidos. E quando os fumantes em países de renda mais alta pararam de fumar, as empresas trabalharam duro para encontrar ‘fumantes substitutos’ em países de renda baixa e média.
É o que conta Allan M. Brandt, professor de História da Medicina da Universidade de Harvard, em entrevista a Vivian Manheimmer no blog internacional de HCS-Manguinhos. Brandt é autor de O século do cigarro: a ascensão, queda e persistência mortal do produto que definiu a América (livre tradução do título, ed. Basic Books, 2008), que explora como o fumo se entranhou tão profundamente em nossa cultura, ciência, política e lei.
De acordo com o historiador, o cigarro continua sendo o produto mais letal e legal vendido em todo o mundo. “A percepção do ‘fim’ do tabagismo em muitos países, lamentavelmente, reduziu a vontade política e os recursos de saúde pública necessários para lidar com essa pandemia global em curso”, afirma.
Brandt também falou sobre sua experiência como testemunha no tribunal contra as principais empresas de tabaco no caso conhecido como US v. Philip Morris e as implicações da ascensão dos e-cigarros para a saúde pública global. Leia a entrevista em inglês.
Leia em HCS-Manguinhos:
Em defesa dos fumantes e dos não fumantes, resenha de Luiz Antonio Teixeira sobre o livro Riscos à saúde: fumaça ambiental do tabaco – pontos para um debate (vol.19, no.2, jun 2012)
Neurociências, artes gráficas e saúde pública: as novas advertências sanitárias para maços de cigarros, artigo de Billy Nascimento, E.M. et al.(vol.17, supl.1, jul 2010)
Nunca aos domingos:um estudo sobre a temática do câncer nas emissoras de TV Brasileiras, artigo de Claudia Jurberg e Marina Verjovsky (vol. 17, supl.1, jul 2010)
Washington y Ginebra llegan a Buenos Aires: notas sobre la historia del hábito de fumar y su medicalización, artigo de Diego Armus, (vol.22, no.1, mar 2015)
Câncer no século XX: ciência, saúde e sociedade, edição especial de História, Ciências, Saúde – Manguinhos (vol. 17, supl. 1, jul/2010)