Saiu o livro “Ciência no Brasil: 100 Anos da ABC”, publicação coordenada pelo cientista político, historiador e membro da Academia Brasileira de Letras José Murilo de Carvalho e pelo físico, historiador de ciência e atual presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência Ildeu Moreira. O lançamento faz parte das comemorações do Centenário da ABC e foi produzido fisicamente em pequeno número, mas está disponível eletronicamente aqui.
O texto foi elaborado pela jornalista Catarina Chagas e equipe, num trabalho gerenciado pela chefe da Assessoria de Comunicação da ABC Elisa Oswaldo-Cruz. A lista de créditos, participações e agradecimentos é extensa e está distribuída no início e no final do livro. Haverá também uma versão em inglês, a ser encaminhada a outras Academias do mundo e aos parceiros internacionais da ABC.
Segue a mensagem de abertura do livro de Luiz Davidovich, presidente da ABC:
“Em seus cem anos de vida, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) foi testemunha e partícipe do grande progresso da ciência no Brasil. Em um período marcado por uma guerra mundial que inaugurou a era das armas nucleares, por instabilidades políticas que afetaram a democracia no País e por crises econômicas que prejudicaram o desenvolvimento nacional, a ciência brasileira avançou, multiplicou suas áreas de atuação, afirmou-se internacionalmente e espraiou-se nas diversas regiões do País, beneficiando a sociedade brasileira.
Multiplicaram-se os grupos de pesquisa, o número de artigos publicados em revistas de prestígio, o número de doutores formados. Com consequências diretas para o desenvolvimento nacional: sem a ciência brasileira, a Petrobrás não teria sido uma empresa inovadora, detentora de prêmios internacionais por sua tecnologia de extração de petróleo em águas profundas; a Embraer não estaria exportando aviões para um grande número de países; a produtividade da soja não teria sido multiplicada por quatro, contribuindo para a pauta de exportações do País; e estaríamos de mãos atadas frente a epidemias emergentes, como as arboviroses.
Nesses cem anos, a ABC destacou-se como defensora da ciência, da educação e da inovação como eixos estruturantes do desenvolvimento nacional. Visionária, a ABC desempenhou um papel essencial na fundação do CNPq e na estruturação de outras agências de fomento à pesquisa no Brasil.
Hoje, a ABC é um centro de pensamento independente e crítico, capaz de mobilizar os melhores cientistas em torno de temas relevantes para o País: educação de qualidade em todos os níveis, Amazônia, recursos hídricos, recursos minerais, medicina translacional, doenças negligenciadas, clima, biodiversidade, inovação nas empresas, colaboração internacional. Uma instituição que se nutre de sua experiência centenária para construir uma visão de futuro, contribuindo para um projeto de Brasil sustentável nos âmbitos econômico, social e ambiental.”
Baixe o livro em PDF: