Bioética e ética ambiental em Van Potter

Agosto/2017

A possibilidade de um colapso ecológico global tornou-se premente em meados do século XX, quando foram identificadas as primeiras consequências das mudanças climáticas, da eclosão populacional após a Segunda Guerra Mundial, da exploração maciça de recursos naturais não renováveis e da consolidação de novas tecnologias, principalmente atômicas, químicas e biológicas, que conferiram ao ser humano o poder inédito de destruir o próprio planeta.

Van Rensselaer Potter

Nesse contexto e por esses motivos, Van Rensselaer Potter propôs, em 1970, a bioética como um campo do conhecimento voltado para o estudo da sobrevivência da civilização humana no contexto da sobrevivência de todo o planeta, buscando superar a dicotomia entre os extremos de um antropocentrismo e de um bioecocentrismo que dominavam as ciências médicas e a ética ambiental. O propósito inicial de Potter, bioquímico pesquisador no campo da oncologia, era construir uma ponte entre as ciências biológicas e as humanidades.

No artigo Da ética ambiental à bioética ambiental: antecedentes, trajetórias e perspectivas, publicado na edição atual de HCS-Manguinhos, os autores Marta Luciane Fischer, Thiago Cunha, Valquiria Renk e Anor Sganzerla, professores da Escola de Saúde e Biociências da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, e Juliana Zacarkin dos Santos, mestre pela Escola, analisam o conceito de “bioética ambiental” como perspectiva teórica que acompanha um processo de resgate histórico da abordagem de Van Potter da bioética, caracterizado pela perspectiva das dimensões interpessoais, socioeconômicas e políticas dos dilemas éticos ambientais.

Leia em HCS-Manguinhos:

Da ética ambiental à bioética ambiental: antecedentes, trajetórias e perspectivas, artigo de Marta Luciane Fischer, Thiago Cunha, Valquiria Renk, Anor Sganzerla e Juliana Zacarkin dos Santos (vol.24, n.2, abr./jun. 2017)