Dezembro/2016
Publicados diariamente de 1994 a 2002 no jornal Correio Popular, de Campinas, os quadrinhos Os cientistas, produzidos por jornalistas e pesquisadores brasileiros, apresentaram a prática científica de modo crítico e irreverente, expondo a insegurança e as frustrações dos cientistas, além dos conflitos entre eles e da dificuldade de comunicação com outros grupos, como os jornalistas.
Segundo o artigo Os cientistas em quadrinhos: humanizando as ciências, de autoria dos jornalistas científicos Carlos Henrique Fioravanti e Rodrigo de Oliveira Andrade e do professor Ivan da Costa Marques, do Programa de Pós-graduação em História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, as tiras expunham as entranhas da ciência, como os hábitos e dificuldades diárias dos pesquisadores em seu ambiente de trabalho e as prioridades científicas, muitas vezes centradas em interesses personalistas e valores morais nem sempre enaltecedores.
“Raramente se questiona o mundo da ciência ou se expõem seus conflitos internos, dúvidas e incertezas. Normalmente a ciência é enaltecida e apresentada em tom triunfalista, por meio de descobertas aparentemente revolucionárias, e os cientistas, vistos como seres altruístas. Essa visão simplista baseia-se em uma concepção equivocada da ciência como um processo isento de incertezas, conflitos e interesses”, afirma o artigo, publicado na edição atual de HCS-Manguinhos (vol.23, n.4, out./dez. 2016).
“Os cientistas apresentavam os pesquisadores como anti-heróis, com suas facetas mais humanas e menos lisonjeiras, em vez do herói irreal e quase não humano do noticiário comum sobre ciência em jornais e revistas. Sua relevância histórica reside na possibilidade de ampliar a visão de ciência e de quem faz ciência”, escrevem.
Leia em HCS-Manguinhos:
Os cientistas em quadrinhos: humanizando as ciências, artigo de Carlos Henrique Fioravanti, Rodrigo de Oliveira Andrade e Ivan da Costa Marques (vol.23, n.4, out./dez. 2016)