Haity Moussatché: ciência, história e política

Fevereiro/2016

Elisa Batalha (Radis/Fiocruz)

Haity Moussatche (1910-1998)

Haity Moussatche (1910-1998)

No hall dos nomes que marcaram a pesquisa científica brasileira e mundial, e a história da Fiocruz, não pode faltar o de Haity Moussatché — cujo acervo foi doado em dezembro de 2015 à Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). O pesquisador tornou-se referência mundial em fisiologia e farmacologia e ajudou a formar gerações de profissionais e instituições que são respeitadas até hoje. A trajetória pessoal mistura-se à carreira do cientista e ambas marcaram profundamente os que conviveram com ele ao longo dos seus 88 anos de vida.

Moussatché nasceu em 1910, em Smirna, Turquia, e migrou para o Brasil aos três anos. “Meu nome é uma adaptação ao turco de um nome hebraico, Haiim, que quer dizer Água da Vida, ou Vida”, explicou em uma entrevista concedida em 1985. Eram tempos em que muitos migravam para a América. Assim Haity veio parar no Brasil, um destino então desconhecido sobre o qual se ouviam apenas boatos sobre a febre amarela.

Acabou se instalando no Rio de Janeiro com a família, onde cresceu e cursou Medicina pela antiga Universidade do Brasil (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro). Começou no Instituto Oswaldo Cruz como “interno agregado” — o que hoje se chamaria de estagiário não remunerado —, quando costumava dormir nas dependências do Hospital Evandro Chagas. Formou-se em 1933, e dois anos depois se transferiu para o laboratório que a Fundação Rockfeller mantinha no campus de Manguinhos, destinado à produção de vacina contra a febre amarela. Fez parte do grupo pioneiro de Carlos Chagas, Arthur Neiva, Lauro Travassos, Henrique Aragão, entre outros.

Em colaboração com outros cientistas de renome como Miguel Osório e Mário Vianna Dias, destacou-se na área de fisiologia. A sua pesquisa de livre-docência, de 1948, tratou das convulsões experimentais. Foi professor dos cursos de bioquímica e hematologia. Passou a integrar o quadro permanente da Instituição por meio de concurso realizado em 1941, e mais tarde, chefiou a Seção de Farmacodinâmica, até 1958, e a de Fisiologia, até 1964.

Continue a leitura da reportagem no site da Radis.

Leia em HCS-Manguinhos:

Haity Moussatché: homenagem ao guerreiro da ciência brasileiraHist. cienc. saude-Manguinhos, Out 1998, vol.5, no.2

Calaça, Carlos Eduardo. Vivendo em Manguinhos: a trajetória de um grupo de cientistas no Instituto Oswaldo CruzHist. cienc. saude-Manguinhos, Fev 2001, vol.7, no.3