Novembro/2015
A Casa de Oswaldo Cruz promove em 23 e 24 de novembro o workshop Saúde e Escravidão. Além de abordar tópicos como doenças, artes de curar e práticas de saúde dos escravos, o evento pretende discutir as abordagens historiográficas dessa temática. As atividades acontecem no prédio da expansão, no campus da Fiocruz em Manguinhos, no Rio de Janeiro (Av. Brasil, 4036 – sala 402). O workshop é aberto ao público.
A primeira mesa chamará a atenção para as possíveis contribuições da demografia, da história cultural e do diálogo entre história e medicina para as pesquisas sobre saúde e escravidão. Outra mesa será dedicada a questões como a importância do escravo no desenvolvimento do conhecimento médico acadêmico.
Os cuidados e a assistência oferecidos por escravizados e descendentes como parte de sua visão de mundo ou como parte de seus trabalhos forçados será o tema dos debates da terceira mesa. Também estarão em pauta as reações dos escravos às medidas sanitárias que interferiam no cotidiano da população.
A última mesa do evento abordará as condições de vida dos escravos e de seus descendentes a partir dos registros sobre as doenças que mais atingiam essa população em diferentes contextos. No encerramento do workshop, os participantes discutirão perspectivas de trabalho em conjunto. O evento é organizado pelo grupo de pesquisa Escravidão, Raça e Saúde.
Programação
23/11/2015
9h30 – 11h00: Mesa 1 – Abordagens historiográficas
A mesa pretende discutir abordagens caras à historiografia, chamando atenção para as importantes possibilidades da demografia, da história cultural e do diálogo entre história e medicina.
Heitor Moura (PPGH/Unirio) – Explicação em demografia histórica. Questões de morbidez e mortalidade
Silvana Jeha (FBN) – Sinais de nação, marcas de fogo e tatuagem. A pele dos africanos escravizados e seus descendentes. Brasil século 19 e 20
Diana Maul (UFRJ) – Trocas transatlânticas: mercadorias, pessoas, doenças
12h30 a 14h30: Mesa 2 – Corpos escravos e conhecimento médico acadêmico
A mesa abordará questões como a importância do escravo no desenvolvimento do conhecimento médico acadêmico e o interesse dos médicos por esse grupo
Silvio Lima (UFF) – Olhar, abrir e tocar: O corpo escravo e a produção do conhecimento médico na primeira metade do século 19
Ana Maria Galdini Raimundo Oda (Unicamp) – Escravidão e psicopatologias: nostalgia, geofagia e suicídio
Iamara Viana (Uerj-EHESS e PUC-Rio) – Corpo escravizado: reflexões acerca do saber médico e seus diferentes usos no Império do Brasil, 1830-1850
14h30 a 16h30: Mesa 3 – Artes de curar e práticas de saúde
Esta mesa suscita debates sobre as práticas de cuidados e assistência oferecidos por escravizados e descendentes como parte de sua visão de mundo ou como parte de seus trabalhos forçados, assim como sobre suas reações frente às medidas sanitárias que interferiam no cotidiano da população
André Nogueira (Ufes) – Santo Antônio dos calundus. Devoção antoniana e curas ilegais (Minas Gerais, século 18)
Lorena Telles (USP) – Gestantes, parturientes e nutrizes: reflexões sobre maternidade, trabalho e cotidiano de mulheres escravizadas no Rio de Janeiro oitocentista
Juliana Barreto Farias (Unilab) – O mercado e a cidade: Questões sanitárias e protestos de africanos e portugueses na Praça do Mercado do Rio de Janeiro, século 19
24/11/2015
9h30 a 11h30: Mesa 4 – Saúde e doenças de escravos
Nesta mesa, pretende-se discutir sobre as condições em que os escravos e seus descendentes viviam a partir dos registros /sobre as doenças que mais atingiam essa população em diferentes contextos.
Keith Barbosa (Ufam) – História da Saúde e das Doenças dos escravos no Vale do Paraíba fluminense, século 19
Débora Mattos – Escravidão e saúde na cidade de Desterro da segunda metade do século 19: as doenças de africanos e afrodescendentes nos registros do Imperial Hospital de Caridade
Júlio Pereira (UFF) – Grandes escravarias da Região Centro-norte fluminense: saúde e fatores de adoecimento
11h30-12h30: Sínteses e Perspectivas de trabalho em conjunto
Leia em HCSM:
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