Julho/2015
O Jardim Botânico, com seus 207 anos de existência, tem presença certa em várias obras literárias que tomam a cidade do Rio de Janeiro como palco de seus enredos ou mesmo como tema central das narrativas. No próximo encontro do ciclo “O Museu do Meio Ambiente comemora a cidade”, as pesquisadoras Isabel Lustosa (FCRB) e Maria Alice Rezende de Carvalho (PUC-Rio) abordam alguns exemplos dessa relação da paisagem com a literatura. Isabel Lustosa terá como tema “Adolfo Caminho: um piquenique no Jardim Botânico”. Espaço de lazer da sociedade carioca do final do império, o Jardim Botânico figura como cenário de parte central no romance “Tentação”, do cearense Adolfo Caminha. Interessante nessa narrativa é pensar no jardim como nosso “Bois de Bolougne”, tal como o chama um dos personagens, e também como esse uso contrastava com a cultura preservacionista que se imporia depois. Já Maria Alice Rezende abordará os jardins e crônicas como duas faces da modernização urbana do Rio de Janeiro no século 20. Na cidade, que desde o século 18 conhece projetos de urbanização e embelezamento que terão como eixo a criação de espaços públicos de convivência e lazer das elites coloniais, acontecem intensos debates jornalísticos acerca das reformas urbanas e algumas querelas literárias sobre o mesmo tema. Tendo como roteiro a produção historiográfica e literária sobre os jardins do Rio de Janeiro, a palestrante pretende estimular a reflexão sobre o espaço público na modernidade e seus desafios contemporâneos. O seminário “A cidade: o jardim e a crônica da cidade” acontece em 15 de julho, às 9h30, no Museu do Meio Ambiente. Entrada gratuita. Fonte: JBRJ Leia em História, Ciências, Saúde – Manguinhos: Conciliar o útil ao agradável e fazer ciência: Jardim Botânico do Rio de Janeiro – 1808 a 1860 – artigo de Begonha Bediaga (vol.14, no.4, dez 2007)