Abril/2013
Do século XIX até a década de 1930, sob o prisma alemão, o Brasil era considerado uma terra boa para receber imigrantes, devido ao clima e à salubridade. Porém, em algumas regiões do país, grassavam epidemias de febre amarela e de peste bubônica, pairava a ameaça de doenças como malária, febre tifoide, cólera, tuberculose e verminoses e ainda temiam-se pragas de insetos e animais peçonhentos.
A parte meridional do Brasil era tida como a mais apropriada para o imigrante europeu de ‘raça branca’, mas outras regiões, como o Espírito Santo, Pará e Amazonas, também eram consideradas viáveis para o imigrante sadio. O trabalho braçal, porém, deveria ser evitado nas latitudes equatoriais, por razões climáticas. Mesmo assim, por mais que o imigrante se aclimatasse, ele poderia passar da classe dos sadios à dos doentes.
No artigo “Insalubridade, doenças e imigração: visões alemãs sobre o Brasil”, Karen Macknow Lisboa, professora da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Paulo, investiga escritos de viajantes de língua alemã envolvidos com a questão imigratória desde o contexto do Império alemão até a ascensão do nazismo e o III Reich. Os autores, de diferentes perfis – ‘políticos coloniais’, imigrantes, literatos em imigração forçada e cientistas -, abordam as ‘ameaças’ de formas distintas para seus leitores, potenciais imigrantes.
As análises abarcam desde Moritz Schanz, comerciante viajante que chega ao Brasil na década de 1890, e seu contemporâneo Moritz Lamberg, fotógrafo profissional que se estabelece em Recife, até foragidos da Europa nazista, como os escritores Stefan Zweig e Paul Zech, passando por Alfred Funke, político que habitou o país entre os anos 1910 e 1920.
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