Abril/2015
Antônio Nogueira Leitão
Responder quem realmente pode falar pelo envelhecimento é tão importante quanto tornar pública a discussão sobre projetos de extensão da longevidade. O debate em torno da medicina antienvelhecimento não deve se restringir à controvérsia em torno da legitimidade científica das diferentes propostas de abordagem do envelhecimento; é preciso uma reflexão abrangente e visionária sobre a busca da extensão da longevidade pela ciência. Essa foi a conclusão a que chegamos eu e Rosa Maria Leite Ribeiro Pedro ao nos debruçarmos sobre as limitações conceituais e científicas do movimento antienvelhecimento.
A medicina antienvelhecimento sugere ser possível desacelerar e/ou reverter o envelhecimento biológico de seres humanos e desabona conhecimentos da geriatria e gerontologia. Médicos dessas especialidades, por sua vez, argumentam que não é possível manipular processos de envelhecimento.
Sob uma perspectiva sociotécnica, em que controvérsias científicas não se resumem a sua dimensão científica, o trabalho examinou como as ciências do envelhecimento têm tratado seu objeto. Nos debates da guerra do antienvelhecimento – que opõe geriatria e gerontologia a medicina antienvelhecimento –, o estudo acompanhou de que forma argumentos científicos se associam a questões íntimas de médicos e pacientes, a teses sobre o avanço tecnológico, a posições políticas, entre outros fatores.
O artigo “Medicina antienvelhecimento: notas sobre uma controvérsia sociotécnica”, publicado em História, Ciências, Saúde – Manguinhos (v. 21, n. 4, out/dez 2014), resulta de pesquisa de mestrado financiada pela CAPES.
Contato: Antônio Nogueira Leitão antonio.nleitao@gmail.com
Leia em História, Ciências, Saúde – Manguinhos:
Medicina antienvelhecimento: notas sobre uma controvérsia sociotécnica, artigo de Antônio Nogueira Leitão
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