Debates em torno da clonagem de Dolly fazem aniversário

Fevereiro/2014

Lucyanne Mano | Hoje na historia/JB
A Ovelha Dolly. Reprodução
Dolly, o primeiro mamífero clonado, foi gerado a partir de outra ovelha adulta, o que deixou em polvorosa o mundo científico. O animal nasceu em 1996 mas o resultado da pesquisa só foi publicada no ano seguinte, na Revista Nature. Os responsáveis pelo experimento foram os professores Ian Wilnut e Keith Campbell, do Roslin Institute, da Escócia. A experiência abriu debates a respeito dos limites morais das pesquisas científicas, e o Vaticano pediu que as pesquisas sobre clonagens fossem abolidas. Muitos países, inclusive o Brasil, estabeleceram medidas jurídicas para impedir que o processo fosse empregado em seres humanos. Dolly foi gerada a partir do núcleo de uma célula mamária de uma ovelha adulta, o qual foi fundido, com a ajuda de uma corrente elétrica, ao óvulo de outro animal, cujo núcleo tinha sido previamente retirado. Para obter a clonagem os pesquisadores tiveram de fazer 276 tentativas. O nome Dolly foi uma referência à cantora country norte-americana Dolly Parton, que tem seios muito grandes. O clone teve um filhote, que recebeu o nome de Bonnie, nascida de um cruzamento normal com um carneiro montês da raça Welch, chamado David. Dolly gerou ainda mais três filhotes em uma única gestação, que morreram. A ovelha mais famosa do mundo foi sacrificada em 2003 depois de contrair uma infecção pulmonar degenerativa, que lhe infligiu muito sofrimento. Ao completar 5 anos Dolly apresentou uma forma rara de artrite, que ataca geralmente animais velhos. Os pesquisadores interpretaram a doença como um sinal de envelhecimento precoce a que poderiam estar sujeitos os clones. Dolly também ficou obesa, mas os cientistas não souberam explicar se o sobrepeso foi causado pelo confinamento ou se era outra consequência da clonagem. Fonte: Hoje na historia/JB   Veja o debate que História, Ciências, Saúde – Manguinhos publicou em 1997:  Clonagem: criador e criaturas rumo a mundos possíveis Leia mais em HCS-Manguinhos Parábolas, parabólicas: testagens genéticas preditivas, construções sociais de risco e a relação profissionais da saúde/meios de comunicação de massa, artigo de Luis David Castiel A clonagem vai ao cinema, artigo de Craig Cormick Origem e destino revisitados: a clonagem entre a profecia e a promessa, artigo de Ana Maria Coutinho Aleksandrowicz e Fermin Roland Schramm Fora da ordem natural: a natureza nos discursos sobre a clonagem e a pesquisa com células-tronco em jornais brasileiros, artigo de Flavia Natércia da Silva Medeiros